A Fintiv, empresa de carteiras digitais sediada em Austin (Texas), entrou com uma ação civil acusando a Apple de fraude eletrônica e apropriação indébita de segredos comerciais pelo alegado uso indevido de sua tecnologia de carteira móvel no Apple Pay.
De acordo com o processo, a big tech abordou a CorFire — antecessora da Fintiv — entre 2011 e 2012 sob a proposta de firmar uma parceria para pagamentos móveis. Nesse período, teriam sido compartilhadas informações técnicas confidenciais com a expectativa de um acordo de licenciamento que garantiria à CorFire o recebimento de taxas.
A denúncia afirma que, em vez de formalizar o contrato, a Apple contratou funcionários-chave da CorFire pouco antes do lançamento do Apple Pay, em 2014, incorporando a tecnologia nos próprios dispositivos sem pagar royalties.
Receita bilionária
No Apple Pay, a receita da Apple vem de uma taxa de transação de aproximadamente 0,15% cobrada das instituições financeiras a cada compra. Segundo a Fintiv, esse modelo gera “dezenas de bilhões de dólares” anuais para a companhia, pois o sistema está presente em centenas de milhões de iPhones, iPads, Apple Watches e MacBooks.
Acusações de prática recorrente
A Fintiv sustenta que o episódio faz parte de um padrão de conduta da Apple: fingir parcerias para obter informações proprietárias e, em seguida, contratar colaboradores essenciais das empresas visadas. Como exemplo, a denúncia cita o caso da Masimo Corp, desenvolvedora de um sensor de oxigenação sanguínea utilizado no Apple Watch.
“Trata-se de um caso colossal de irregularidade, um dos exemplos mais flagrantes de má conduta corporativa que já vi em 45 anos de prática jurídica. Com esta ação, a Fintiv pretende responsabilizar a Apple por toda a extensão de suas supostas atividades ilegais”, declarou Marc Kasowitz, advogado principal da Fintiv.
Até a publicação desta matéria, a Apple não havia comentado as acusações.
Com informações de Olhar Digital
