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Após pressão de Trump, CEO da Intel envia memorando e nega conflito de interesses com China

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O presidente-executivo da Intel, Lip-Bu Tan, divulgou nesta sexta-feira (8) um memorando interno para acalmar os funcionários depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter solicitado sua renúncia imediata por supostas ligações com empresas chinesas.

Trump cita “conflito enorme” em rede social

Na quinta-feira (7), Trump publicou na rede Truth Social que Tan está em “grande conflito” e deveria deixar o cargo sem demora. A manifestação ocorreu após o senador republicano Tom Cotton (Arkansas) ter enviado uma carta à Intel questionando investimentos anteriores do executivo em companhias da China e citando possíveis riscos à segurança nacional norte-americana.

No documento ao conselho da fabricante de chips, Cotton também mencionou um processo criminal antigo contra a Cadence Design – empresa comandada por Tan até 2021 – por suposto envio ilegal de produtos ao mercado chinês. O senador perguntou se o executivo precisou se desfazer de participações em negócios ligados ao Partido Comunista Chinês e exigiu garantias de que a Intel segue todas as normas de segurança dos EUA.

Memorando defende histórico do executivo

No texto direcionado aos cerca de 130 mil empregados da companhia, Tan agradeceu ao Estados Unidos pela oportunidade de liderar a Intel e classificou as acusações como “desinformação”. Segundo ele, todos os relacionamentos comerciais construídos ao longo da carreira foram estabelecidos dentro de parâmetros legais e éticos. O executivo informou que a empresa mantém conversas com o governo norte-americano para esclarecer a situação e declarou apoio ao compromisso de Trump com a segurança nacional e econômica.

Análise de mercado aponta desgaste

Para a analista Stacy Rasgon, da Bernstein, ouvida pelo site CNBC, a Intel não se encontra em conflito de interesses, mas as conexões de Tan com a China prejudicam a imagem da companhia, sobretudo sob a gestão do atual presidente. Ela observou ainda que o CEO não cultivou relação pessoal com Trump, ao contrário de outros líderes do setor de tecnologia, o que pode ter intensificado a crise.

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Imagem: Chip Somodevilla via olhardigital.com.br

Mandato recente e cortes na companhia

Lip-Bu Tan assumiu o comando da Intel em março, sucedendo Pat Gelsinger, em meio a esforços para frear a queda nas vendas de chips. Apesar de ter superado as previsões de lucro no segundo trimestre, a empresa anunciou cortes significativos. Em comunicação interna, o executivo revelou prejuízo de US$ 3,17 bilhões na divisão de fundição e o cancelamento de projetos de fabricação na Alemanha e na Polônia. A construção de uma nova fábrica em Ohio também será desacelerada.

O memorando não menciona renúncia e reforça que a liderança da Intel é “essencial” para a posição tecnológica dos Estados Unidos.

Com informações de Olhar Digital

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