Brasília – O anúncio de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) recebeu do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, luz verde para concorrer ao Palácio do Planalto em 2026 repercutiu imediatamente entre parlamentares de direita e representantes de outros partidos nesta sexta-feira (5).
Aliados endossam escolha
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que já havia sinalizado interesse na corrida presidencial, declarou apoio irrestrito ao irmão. Nas redes sociais, afirmou que “enfrentar o atual regime de exceção exige força de espírito” e pediu união: “Não é hora de disputas menores”.
Presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto resumiu a decisão: “Se Bolsonaro falou, está falado!”. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro desejou “sabedoria, força e graça” ao enteado na “nova missão”.
Líderes do partido também aderiram. Na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) assegurou que estará “junto com Flávio presidente em 2026”. No Senado, o líder da oposição Rogério Marinho (PL-RN) declarou que o projeto defenderá “família, liberdade religiosa, livre mercado e liberdade de expressão”. Já o deputado Zucco (PL-RS) reforçou que a prioridade é “manter a oposição unida”.
Outros nomes do PL, como Bia Kicis (DF), Paulo Bilynskyj (SP), Mário Frias (SP), Gustavo Gayer (GO), Gilvan da Federal (ES), Daniel Freitas (SC) e Gilberto Silva (PB), multiplicaram mensagens de apoio ao senador.
Críticas e ceticismo
Pelo PT, o líder na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), classificou a indicação como “previsível” e disse que a eventual candidatura do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) seria “o beijo da morte” para a família Bolsonaro. “Para nós, o nome do candidato é indiferente. Lula será reeleito”, afirmou.
No Solidariedade, o deputado Paulinho da Força avaliou que Flávio ficaria “isolado na extrema-direita”, o que, na sua visão, “entregaria a eleição para Lula”.
Imagem: Saulo Cruz
Presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda declarou que os últimos episódios provam que “não será a polarização que construirá o futuro, mas a capacidade de unir forças”. Ele comanda, ao lado de Ciro Nogueira (PP-PI), a superfederação União-PP, que defende Tarcísio como possível candidato.
Fora do Congresso, o pastor Silas Malafaia criticou o que chamou de “amadorismo da direita”, sem citar diretamente Flávio.
Contexto da sucessão
Apesar de publicamente negar interesse, Tarcísio era apontado como favorito para representar o campo bolsonarista em 2026 caso Jair Bolsonaro permaneça inelegível. Com o aval do ex-presidente ao filho, a sigla aposta na continuidade do projeto iniciado em 2018.
A pré-campanha de Flávio ocorrerá sob a liderança do PL e deverá concentrar esforços na manutenção da base conservadora, enquanto partidos do centro e da esquerda articulam alternativas para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com informações de Gazeta do Povo







