Brasília — O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), chamou para a tarde desta terça-feira (5) uma reunião de emergência com líderes partidários depois que parlamentares da oposição ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado. O ato foi organizado em protesto contra a decisão que determinou prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em nota oficial, Alcolumbre classificou a ocupação como “exercício arbitrário das próprias razões”, considerou o episódio inusitado e disse que ele contraria os princípios democráticos. O senador ressaltou que o Congresso tem “obrigações com o país” na análise de matérias de interesse da população.
“Faço um chamado à serenidade e ao espírito de cooperação. Precisamos retomar os trabalhos com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão em favor do Brasil e da nossa população”, afirmou.
Pressão por impeachment e anistia
A oposição pede que Alcolumbre dê andamento a um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da ação penal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado e responsável pela ordem de prisão domiciliar de Bolsonaro. Também cobram do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a votação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Motta está na Paraíba em compromissos parlamentares, mas, durante evento em João Pessoa, declarou que a Câmara continuará funcionando “com respeito ao regimento interno e à Constituição”. Ele lembrou a atuação do Conselho de Ética e disse que decisões judiciais devem ser cumpridas. “Não cabe ao presidente da Câmara avaliar ou qualificar essa ou aquela decisão”, afirmou ao comentar a medida contra Bolsonaro.
Imagem: Jefferson Rudy via gazetadopovo.com.br
Alcolumbre pretende reunir os líderes ainda hoje para tentar restabelecer o funcionamento regular das sessões. “Realizarei uma reunião de líderes para que o bom senso prevaleça e retomemos a atividade legislativa regular”, concluiu o presidente do Congresso.
Com informações de Gazeta do Povo
