Em passagem por Curitiba nesta sexta-feira, 8 de agosto de 2025, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), cumpriu agenda típica de quem almeja o Palácio do Planalto. Em um único dia, concedeu entrevistas em estúdio, reuniu-se com lideranças políticas, fez palestra na Associação Comercial do Paraná (ACP), almoçou com o governador Ratinho Junior (PSD) e ainda tinha compromisso partidário previsto para a noite.
O mineiro esteve cercado por nomes alinhados à direita, como o ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo) e o vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins, que formalizou filiação ao Novo durante o evento. O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) também compareceu.
Pré-candidatura será oficializada em 16 de agosto
Zema confirmou que lançará oficialmente sua pré-candidatura à Presidência em 16 de agosto. Ele não foi tão rápido quanto o governador goiano Ronaldo Caiado (União Brasil), que se apresentou em abril, mas tem priorizado entrevistas e presença nas redes para se consolidar como voz de oposição ao PT e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em declarações recentes, o governador atribuiu ao petista a sobretaxa imposta pelos Estados Unidos, defendeu a saída do Brasil do Brics, pediu anistia aos presos de 8 de janeiro e criticou o ministro Alexandre de Moraes (STF) pela decisão de impor tornozeleira eletrônica e prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Mais de um candidato mostra força”, diz governador
Zema afirma que pretende dialogar com o eleitorado bolsonarista, mas sem disputar o espólio político do ex-presidente. “O ponto de a direita ter mais de um candidato não é divisão, e sim demonstração de força”, disse, ao deixar a ACP. Segundo ele, candidaturas regionais podem ampliar a votação do campo conservador no primeiro turno e facilitar a transferência de votos no segundo.
Apesar de ter acompanhado Bolsonaro em ato na Avenida Paulista no início do ano, Zema não participou das manifestações de 4 de agosto em apoio ao ex-presidente, ausência que gerou críticas do pastor Silas Malafaia. Nos bastidores, o mineiro mantém proximidade com Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Junior no âmbito do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud).
Desempenho nas pesquisas
Levantamento Datafolha realizado em 29 e 30 de julho com 2.004 eleitores de 130 municípios mostra Zema com até 7% em cenários estimulados para 2026. Em eventual segundo turno contra Lula, pontua 36%, ante 46% do petista. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Com popularidade restrita a Minas, o governador aposta no longo período até a eleição para ampliar visibilidade nacional. Ele lembra que, em 2018, saiu de “lambari contra tubarões” para derrotar o então governador Fernando Pimentel (PT) e, no segundo turno, Antônio Anastasia (à época no PSDB).
Zema ingressou na política após deixar, em 2016, a linha de frente dos negócios da família. Segundo ele, naquele momento ficou “inconformado” com a gestão petista no estado — motivação que agora projeta para Brasília ao afirmar que o PT “está fazendo o Brasil virar uma Venezuela”.
Com informações de Gazeta do Povo