Uma ejeção de massa coronal (CME) gerada na terça-feira (5) pela mancha solar AR4168 chegou à Terra na manhã de sexta-feira (8), por volta das 9h (horário de Brasília). O impacto desencadeou uma tempestade geomagnética de categoria G1 que se estendeu até a noite, produzindo auroras visíveis em áreas próximas ao Ártico, no Canadá, no Alasca, na Escócia, no norte da Inglaterra e na Irlanda do Norte.
A erupção, classificada como M4.4 (intensidade média), liberou plasma que se somou a um fluxo de vento solar de cerca de 465 km/s proveniente de um buraco coronal. O Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA havia previsto efeitos limitados, como apagões de rádio breves nas regiões polares e tempestades entre G1 e G2 em uma escala que vai até G5.
Show de luzes mesmo com lua cheia
Apesar da lua cheia, as cortinas luminosas apareceram com clareza e renderam imagens amplamente divulgadas nas redes sociais. As cores variaram conforme o gás atmosférico excitado pelas partículas solares: verde pelo oxigênio; vermelho, azul, roxo e rosa em processos mais energéticos que envolvem nitrogênio.
Atividade solar continua intensa
A própria mancha AR4168 permaneceu ativa e, desde a primeira explosão, emitiu 11 novas erupções: uma de classe M e dez de classe C. Na manhã de sábado (9), essa sequência já provocava um apagão de rádio de nível R1 (menor) sobre o Oceano Pacífico, a oeste do México. A NOAA projeta outra tempestade G1 ao longo do dia, com possibilidade de fortalecimento para G2, o que pode tornar as auroras ainda mais brilhantes na noite de sábado.
Como ocorrem essas explosões
O Sol atravessa ciclos de aproximadamente 11 anos; atualmente, os astrônomos acompanham o Ciclo Solar 25. Nos períodos de máxima atividade, a superfície solar exibe diversas manchas que concentram energia magnética. Quando essas linhas se entrelaçam e se rompem, liberam partículas carregadas em jatos de plasma — as CMEs. As explosões são classificadas pelas letras A, B, C, M e X; cada categoria libera dez vezes mais raios X que a anterior. Dentro de cada letra, o número indica a intensidade relativa (por exemplo, um M2 é duas vezes mais forte que um M1).

Imagem: olhardigital.com.br
Como o Sol gira sobre o próprio eixo a cada 27 dias, as manchas podem desaparecer temporariamente da vista da Terra e reaparecer semanas depois, possibilitando novos episódios de tempestades geomagnéticas.
Com informações de Olhar Digital