Araguaína (TO) entrou na lista dos municípios mais prejudicados pela nova tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre determinados produtos brasileiros, vigente desde quarta-feira, 6 de junho.
Impacto no Tocantins
Em 2024, a cidade enviou aos norte-americanos cerca de US$ 67,6 milhões em mercadorias, das quais US$ 52,9 milhões correspondem a carnes e miudezas comestíveis. O restante é formado por produtos de amidos, colas e enzimas (US$ 14,5 milhões) e gorduras e óleos animais ou vegetais (US$ 170 mil).
Além de Araguaína, Nova Olinda e Palmas também foram alcançadas pela sobretaxa. Nova Olinda exportou US$ 167 mil em carnes e miudezas, enquanto a capital tocantinense somou US$ 5,3 mil em café, chá, mate e especiarias e US$ 310 em caldeiras, máquinas e aparelhos mecânicos.
Cenário nacional
O aumento tarifário atinge 906 municípios, segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilado pelo Estadão. Entre os mais impactados estão Piracicaba (SP), com US$ 1,3 bilhão em exportações de máquinas e peças; Matão (SP), com US$ 519,7 milhões em preparações de frutas; e Guaxupé (MG), com US$ 410,4 milhões em café e especiarias. Também aparecem Barcarena (PA), São Paulo (SP), Colina (SP), Guarulhos (SP), Varginha (MG), Joinville (SC) e Jaraguá do Sul (SC).
Reação local
O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) discute com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a abertura de mercados no Japão e no Sudeste Asiático para reduzir o impacto sobre o setor de carnes, responsável por apenas 9% das vendas externas tocantinenses para os EUA.
A Prefeitura de Araguaína informou que, das cinco plantas frigoríficas na cidade, quatro abastecem o mercado interno e uma também exporta para os Estados Unidos. Em 2024, foram entregues 10 mil toneladas de carne bovina ao mercado norte-americano, colocando o município na sexta posição do ranking nacional de exportações do produto. Entre janeiro e maio de 2025, saíram mais 4.638 toneladas. A administração municipal alerta que a queda nas vendas pode reduzir a arrecadação do ICMS e afetar o orçamento de 2025.
Com a nova alíquota, o custo final dos produtos brasileiros no mercado norte-americano tende a subir, o que pode frear a demanda e forçar exportadores a buscar destinos alternativos.
Com informações de Jornal Opção | Tocantins