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STF aceita denúncia e transforma Ricardo Salles em réu por suspeita de contrabando florestal

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornou o deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) réu por suspeita de contrabando de produtos florestais. A decisão foi assinada na quinta-feira, 4 de setembro de 2025.

O processo se refere ao período em que Salles comandava o Ministério do Meio Ambiente durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a PGR, servidores nomeados pelo então ministro teriam favorecido madeireiras de Altamira (PA), facilitando a exportação irregular de madeira.

Investigações da Polícia Federal apontaram a existência de um esquema que reunia agentes públicos e empresas privadas para permitir o envio de cargas florestais ao exterior sem a documentação exigida. A PF também solicitou diversas diligências contra os envolvidos.

O inquérito teve início após notícia-crime apresentada pelos ex-deputados Joenia Wapichana (Rede-RR) e Alessandro Molon (PSB-RJ), motivada pela divulgação do vídeo de uma reunião ministerial realizada em abril de 2020.

Originalmente arquivada, a investigação foi reaberta por Moraes um ano depois. A denúncia, protocolada em 2023, envolve 22 pessoas e atribui a Salles os crimes de dificultar a ação fiscalizadora do Estado, integrar organização criminosa, praticar contrabando ou descaminho e patrocinar interesse privado perante a administração pública.

O Ministério Público Federal destacou que remessas de madeira originárias do Brasil foram apreendidas nos Estados Unidos sem a documentação necessária para a exportação legal.

Ao receber a acusação, o juiz federal substituto Gilson Jader Gonçalves Vieira Filho determinou a mudança da natureza do processo para Ação Penal de Procedimento Ordinário, tendo o MPF como autor e os denunciados como réus. Ele afirmou que os investigados formaram uma organização criminosa que se valeu de cargos públicos para atender a interesses do setor madeireiro.

Em nota, Ricardo Salles declarou que a decisão “não traz nada de novo” e lembrou que o caso já tramitava em primeira instância. O ex-ministro deixou o cargo em junho de 2021, após operação da Polícia Federal que afastou dez servidores do Ibama e do ministério. As investigações identificaram um despacho emitido por Salles que liberou a exportação de produtos florestais sem autorização prévia, beneficiando empresas com cargas retidas nos Estados Unidos e na Europa.

Com informações de Gazeta do Povo

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