Brasília – Levantamento do Instituto Quaest divulgado nesta quarta-feira (20) mostra que a maior parte da população considera que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atua nos Estados Unidos para atender interesses pessoais e da família, e não do país.
Percepção sobre a atuação do parlamentar
Questionados sobre a mobilização do deputado para que o governo norte-americano adote sanções contra o Brasil – entre elas tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, cancelamento de vistos de autoridades e eventual aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes – os entrevistados responderam:
- Interesses próprios e da família Bolsonaro: 69%;
- Interesses do Brasil: 23%;
- Não souberam ou não responderam: 8%.
Detalhamento por segmento político
A visão de que o parlamentar age por motivos pessoais é majoritária entre eleitores de Lula (92%), pessoas que se declaram de esquerda (95%) e entrevistados sem posicionamento político definido (78%). Entre apoiadores de Jair Bolsonaro esse índice cai para 29%; no grupo que se declara de direita, para 44%. Nesses dois segmentos, 65% e 48%, respectivamente, avaliam que Eduardo Bolsonaro age em defesa do país.
Inelegibilidade de Bolsonaro e tarifa de Trump
A pesquisa registra avanço na expectativa de que a articulação do deputado possa reverter a inelegibilidade do ex-presidente: passou de 31% em julho para 36% agora. Já os que não acreditam nessa possibilidade diminuíram de 59% para 55%.
A adoção do chamado “tarifaço” pelo ex-presidente Donald Trump é vista como correta por 21% dos entrevistados, dois pontos percentuais a mais que no mês anterior; 71% consideram a medida errada. Apoio à sobretaxa é majoritário apenas entre bolsonaristas (54%).
Motivos atribuídos ao tarifaço
- Interesses políticos: 51%;
- Interesses comerciais dos EUA: 23%;
- Motivos pessoais de Trump: 2%;
- Outros motivos: 2%.
Impacto percebido e reação desejada
Para 77% dos participantes, as tarifas norte-americanas afetarão sua vida; 20% discordam. Entre as consequências esperadas, 64% preveem aumento no preço dos alimentos, 18% acreditam em queda e 13% em estabilidade. Quanto à resposta do governo brasileiro, 67% defendem negociação com Washington, enquanto 26% preferem retaliação por meio de taxação de produtos americanos.

Imagem: Bruno Spada
Avaliação do governo Lula na crise
Metade dos entrevistados (48%) considera que o governo e o PT adotam a postura mais correta ao tentar negociar; 28% veem atuação mais efetiva do grupo político ligado a Bolsonaro. Também 48% apostam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguirá chegar a um acordo, contra 45% que duvidam; 49% dizem que Lula age em defesa do país, e 41% avaliam que ele aproveita a situação para autopromoção.
Metodologia
O levantamento ouviu 2.004 pessoas em 120 municípios entre 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
Com informações de Gazeta do Povo