Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo, 3 de agosto de 2025, para exigir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As manifestações ocorreram em ao menos 37 municípios, com as maiores concentrações registradas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Belém e Salvador. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não participou por estar submetido a medidas cautelares impostas pelo próprio Moraes.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, o ato foi organizado pelo movimento Reaja Brasil, liderado pelo pastor Silas Malafaia. O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, comemorou o comparecimento, afirmando que as mobilizações “superaram as expectativas” em todas as regiões do país. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) declarou que nunca havia visto a via tão cheia e prometeu “cobrança” a Moraes.
Cartazes com os rostos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), traziam a inscrição “Inimigos da Nação”. Parlamentares também defenderam anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) comparou Moraes ao Primeiro Comando da Capital (PCC) ao lembrar que ambos foram alvo de sanções dos Estados Unidos, citando a Lei Magnitsky.
Os oradores criticaram o gesto obsceno feito por Moraes em um jogo do Corinthians na semana anterior, o que levou a multidão a entoar o coro “Fora Xandão!”. Durante o ato, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) participou por chamada de vídeo, e o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP) lamentou a morte do jornalista J.R. Guzzo.
No Rio de Janeiro, manifestantes ocuparam a Avenida Atlântica, em Copacabana. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o governador Cláudio Castro (PL) estiveram presentes. Flávio classificou como “vergonha nacional” a punição aplicada pelo governo dos EUA a Moraes.

Imagem: Thiago Vieira via gazetadopovo.com.br
Entre os participantes da Paulista, o empresário José Veloso Meneses, 63 anos, disse defender a liberdade de expressão e acredita que as sanções norte-americanas poderão pressionar Congresso e Judiciário. A professora aposentada Paula Marsocchi, 71, pediu anistia aos presos de 8 de janeiro e criticou o episódio do estádio. Já a manicure Norma Oliveira de Almeida Ferreira, 38, afirmou temer que o país “se torne uma ditadura” e pediu a saída de Lula da Presidência.
De acordo com os organizadores, os protestos devem continuar ao longo das próximas semanas. Não houve registro de confrontos significativos até o fechamento desta edição.
Com informações de Gazeta do Povo