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PGR pede ao STF restrição ao alcance da ampliação do foro privilegiado

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Brasília – A Procuradoria-Geral da República (PGR) ingressou em 5 de agosto com embargos de declaração no Supremo Tribunal Federal (STF) para limitar os efeitos da decisão que, em março, ampliou o foro por prerrogativa de função. O novo entendimento mantém no STF processos relativos a crimes praticados durante o mandato mesmo após renúncia, não reeleição ou cassação.

No recurso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, sustenta que a adoção automática e irrestrita da nova regra reproduz “efeitos deletérios” que o próprio tribunal buscava evitar, como risco de retrocesso investigativo, morosidade e possível ineficácia jurisdicional.

Pedidos da PGR

A PGR solicita que a competência do Supremo seja prorrogada apenas nos casos em que a instrução probatória já esteja concluída nas instâncias inferiores, ou seja, quando o processo se encontrar na fase de alegações finais. A medida não valeria para ações em grau de recurso, fase em que não há produção de provas.

O órgão também quer que, em crimes cometidos “sob o pretexto do cargo” — especialmente em processos eleitorais —, a diplomação continue sendo requisito para caracterizar o nexo funcional, mesmo que a conduta ilícita vise a futura investidura.

Cargos sucessivos e vitalícios

Quando autoridades ocuparem sucessivamente funções com diferentes esferas de foro, a PGR defende que o critério seja o vínculo entre o fato investigado e o cargo exercido na época. Se houver dúvida sobre a data do crime, a competência deve ficar com a instância de maior graduação, evitando deslocamentos sucessivos.

No caso de cargos vitalícios — como magistrados e membros do Ministério Público —, a procuradoria entende que o foro deve subsistir após a aposentadoria, desde que o delito esteja relacionado às atribuições exercidas à época.

PEC contra o foro privilegiado

Parlamentares da oposição articulam uma Proposta de Emenda à Constituição para restringir o foro privilegiado apenas aos presidentes da República, da Câmara, do Senado e do STF. A iniciativa ganhou força após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo por suposta tentativa de golpe de Estado. O texto original, aprovado pelo Senado em 2017, não prevê efeito retroativo, mas pode ser alterado pela Câmara dos Deputados.

PGR pede ao STF restrição ao alcance da ampliação do foro privilegiado - Imagem do artigo original

Imagem: Rosinei Coutinho via gazetadopovo.com.br

A PEC integra o chamado “pacote da paz”, que inclui ainda projetos de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Atualmente, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) é o único réu desse processo que permanece com mandato e, portanto, mantém foro no STF.

O recurso da PGR aguarda análise do plenário do Supremo.

Com informações de Gazeta do Povo

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