Pesquisadores do Instituto de Ciências Naturais da Bélgica divulgaram a descrição de uma nova espécie de dinossauro terópode, batizada de Shri rapax, considerada parente próxima do icônico Velociraptor mongoliensis. O trabalho foi publicado na revista Historical Biology.
Características do predador
O fóssil, datado do Cretáceo Superior (aproximadamente 75 a 71 milhões de anos), indica um animal de cerca de dois metros de comprimento, com mandíbula robusta, pescoço alongado e um segundo dedo das patas traseiras dotado de uma garra com cerca de oito centímetros. Segundo o paleontólogo Pascal Godefroit, coautor do estudo, essa anatomia sugere especialização em presas maiores ou de captura difícil.
A equipe acredita que seu cardápio incluía principalmente o Protoceratops — herbívoro com grande babado ósseo — e indivíduos jovens do blindado Pinacosaurus. Restos desses animais aparecem nas mesmas camadas da Formação Djadokhta, na Mongólia, onde o novo raptor foi encontrado.
Comparação com o Velociraptor
Enquanto o Velociraptor provavelmente imobilizava a presa primeiro com as patas, o Shri rapax contava com braços e mãos musculosos para agarrar o alvo antes de aplicar mordidas sucessivas. Apesar de não haver preservação de tecidos moles, os pesquisadores afirmam que o animal provavelmente era coberto por penas, à semelhança de outros dromeossaurídeos.
Fóssil bem articulado e trajetória conturbada
O esqueleto foi fossilizado na posição de morte, sugerindo sufocamento ou afogamento após o colapso de uma duna. A cauda, preservada com articulações rígidas, indica função de equilíbrio.

Imagem: Instituto de Ciências Naturais via olhardigital.com.br
Após a descoberta, o material foi retirado ilegalmente da Mongólia e acabou nos depósitos da empresa francesa Eldonia. Em 2016, o crânio foi digitalizado em 3D no instituto belga, mas se perdeu depois de retornar à França. Graças aos escaneamentos, os cientistas conseguiram descrever a cabeça e produzir um molde.
Negociações entre Eldonia, paleontólogos e o Ministério da Cultura da Mongólia garantiram a devolução do esqueleto ao país asiático, onde fósseis pertencem por lei ao Estado.
Com informações de Olhar Digital