São Francisco (EUA) — Três meses após anunciar o Meta Superintelligence Labs, Mark Zuckerberg já lida com as primeiras baixas na divisão criada para colocar a empresa na linha de frente da inteligência artificial.
O laboratório foi inaugurado em junho de 2025, logo depois de a Meta adquirir 49% da Scale AI por US$ 14,3 bilhões. A unidade reúne milhares de funcionários distribuídos em vários grupos, entre eles o TBD Lab, focado em modelos avançados de IA.
Saídas e contratos que não se concretizaram
Segundo o porta-voz Dave Arnold, apenas um integrante do TBD Lab, o pesquisador Ethan Knight, pediu demissão até agora. Outros dois profissionais, Avi Verma e Rishabh Agarwal, chegaram a ser anunciados, mas nunca assumiram seus cargos. Fora desse núcleo, recentes desligamentos de Chaya Nayak e Rohan Varma em outras equipes reacenderam dúvidas sobre a capacidade da Meta de reter especialistas.
Custos bilionários para atrair talento
Para montar o laboratório, a companhia recrutou nomes vindos de OpenAI, DeepMind e Anthropic, oferecendo pacotes milionários. Relatos citam gastos que poderiam chegar a US$ 300 milhões em quatro anos para apenas dez ex-funcionários da OpenAI, valor contestado pela Meta.
Apesar dos salários, executivos do setor afirmam que alinhamento de valores, impacto social e segurança da IA pesam mais do que remuneração para convencer profissionais a permanecer.
Pausa nas contratações e reorganização interna
Em agosto, a empresa decretou um congelamento temporário de admissões enquanto planeja o orçamento de 2026. Memorandos internos indicam que a divisão será reestruturada em três áreas — pesquisa, produto e infraestrutura — distribuídas em quatro equipes.

Imagem: Ahyan Stock Studios Shutterstock
O TBD Lab continuará dedicado a modelos de ponta, enquanto o antigo laboratório FAIR será integrado como motor de inovação. A equipe AGI Foundations será desfeita; seus membros serão redistribuídos. A nova célula MSL Infra ficará responsável por clusters de GPU, ambientes de desenvolvimento e ferramentas de produção.
Executivos reforçam compromisso
Alexandr Wang, fundador da Scale AI e agora diretor de IA da Meta, declarou na rede X que os investimentos no Meta Superintelligence Labs “só aumentam”. O porta-voz Andy Stone classificou o congelamento como uma “atualização mundana” durante o planejamento estratégico.
Com bilhões já aplicados, a Meta precisa transformar contratações caras em resultados tangíveis para competir na corrida global por superinteligência — e, ao mesmo tempo, mostrar que projetos ambiciosos e propósito claro podem valer mais do que cifras para quem desenvolve IA de última geração.
Com informações de Olhar Digital