Brasília — O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), voltou a sustentar neste sábado, 23 de agosto de 2025, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria um plano para se refugiar na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. Segundo o parlamentar, o deslocamento entre o condomínio onde Bolsonaro vive e o prédio diplomático duraria “apenas 10 minutos”.
Farias protocolou na semana passada um novo pedido de prisão preventiva contra o ex-chefe do Executivo. O requerimento baseia-se em relatos de que Bolsonaro buscaria abrigo na representação norte-americana para, em seguida, solicitar asilo político e um salvo-conduto que lhe permitiria deixar o país.
“Se ele entrar na embaixada, a confusão está feita. Depois pede asilo e o governo americano pode exigir salvo-conduto para retirá-lo do Brasil”, declarou o petista, acrescentando que, nesse trajeto, não haveria monitoramento da Polícia Federal.
Crise diplomática em perspectiva
O deputado reconheceu que o Brasil poderia negar o salvo-conduto, mas avaliou que a negativa agravaria o clima já tenso entre os dois países, marcado pelo tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump às exportações brasileiras e por pressões sobre o Judiciário em razão do julgamento de Bolsonaro.
Referências a episódios anteriores
Lindbergh citou antecedentes para justificar o pedido de prisão. Ele lembrou que Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria no início do ano e mencionou uma carta de 33 páginas que, segundo ele, foi redigida para solicitar asilo diplomático à Argentina.
Na mesma semana, a Polícia Federal anexou ao inquérito que investiga o ex-mandatário e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) uma minuta de solicitação urgente de asilo ao presidente argentino Javier Milei. Defesa e governo argentino negam ter recebido o documento.
Próximos passos judiciais
Após o novo indiciamento e a revelação da minuta, o ministro Alexandre de Moraes pediu explicações à defesa de Bolsonaro. O caso foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que deve se pronunciar até segunda-feira, 25 de agosto, sobre a manutenção da prisão domiciliar ou a conversão para regime fechado.

Imagem: Bruno Spada
Reações políticas
No fim de semana, o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) criticou o processo contra Bolsonaro durante a Festa do Peão de Barretos. “Ele está sendo injustiçado e humilhado”, afirmou Tarcísio.
O Supremo Tribunal Federal marcou para 2 a 12 de setembro o julgamento do ex-presidente e de aliados pelo suposto planejamento de um golpe de Estado.
Até o momento, Bolsonaro nega qualquer intenção de deixar o país ou de pedir asilo.
Com informações de Gazeta do Povo