As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram neste sábado, 2, que o Batalhão de Beit Hanoun, considerado uma das principais formações do Hamas no norte da Faixa de Gaza, foi eliminado. O comunicado foi divulgado depois que três integrantes do grupo emergiram de um túnel na cidade e se renderam a soldados da Brigada Givati.
Segundo o Exército, é a quinta ofensiva em Beit Hanoun desde o início do conflito. Antes de 7 de outubro de 2023, a unidade contava com cerca de 1 000 combatentes; muitos morreram ou fugiram, inclusive o comandante Hussein Fayyad. Na semana anterior, o comandante da Givati estimava que restavam apenas quatro ou cinco milicianos ativos na área.
Os três rendidos afirmaram às tropas que pretendiam escapar após um tiroteio que matou outro membro da célula. Eles levaram os militares a um depósito de armas e munições. Dentro do túnel, foram achados alimentos, água e suprimentos que indicam uso prolongado do abrigo. Os homens foram levados para interrogatório, o armamento foi apreendido e os túneis passaram a ser mapeados para destruição.
O Exército afirmou que o batalhão representava ameaça direta às comunidades israelenses de Nir Am e Sderot. Imagens dos militantes se rendendo foram divulgadas pelo ministro da Defesa, Israel Katz, que escreveu: “O Exército está eliminando a infraestrutura de superfície e subterrânea para proteger Sderot”.
Apoio humanitário e críticas internacionais
O anúncio ocorreu em meio a críticas globais sobre a distribuição de ajuda em Gaza. Organizações médicas locais relataram mais de dez mortes causadas por disparos israelenses perto de pontos de entrega de alimentos; oito vítimas buscavam comida, segundo o The Times of Israel. A Gaza Humanitarian Foundation (GHF) negou incidentes em seus centros.
Para amenizar a crise de abastecimento, as FDI realizaram na sexta-feira, 1º, sua maior operação aérea de ajuda: 126 pacotes de mantimentos lançados em parceria com Jordânia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Alemanha e França. Neste sábado, foram distribuídos mais 90 pacotes por Jordânia, Emirados, Alemanha e França.
Pressão interna por plano claro
Reportagem do Canal 12 apontou que o chefe do Estado-Maior, tenente-general Eyal Zamir, cobrou do governo uma estratégia definida para os próximos passos militares, diante do impasse nas negociações para libertação de reféns. Em visita a tropas na Faixa, Zamir declarou: “Nos próximos dias saberemos se será possível um acordo parcial; caso contrário, os combates continuarão sem interrupção”.

Imagem: Reprodução via revistaoeste.com
Números do conflito
O confronto começou em 7 de outubro de 2023, quando militantes liderados pelo Hamas invadiram Israel, matando mais de 1 200 pessoas — a maioria civis — e sequestrando 251. As FDI informam que 28 dos 50 reféns ainda em Gaza já foram confirmados mortos.
Autoridades de saúde controladas pelo Hamas dizem que mais de 60 000 pessoas morreram ou estão desaparecidas desde o início da guerra, número não verificado de forma independente e sem distinção entre civis e combatentes. Israel afirma ter eliminado cerca de 20 000 combatentes palestinos até janeiro, além de 1 600 militantes durante o ataque de 7 de outubro.
Até agora, 459 israelenses morreram em operações em Gaza e em ações nas fronteiras, incluindo dois policiais e três civis contratados pelo Ministério da Defesa. O governo israelense sustenta que procura evitar vítimas não combatentes e acusa o Hamas de usar civis como escudos humanos ao operar em áreas residenciais, hospitais, escolas e locais religiosos.
A ofensiva em Beit Hanoun, considerada simbólica, integra a estratégia de Israel de desmantelar a infraestrutura do Hamas em áreas urbanas de Gaza, tanto na superfície quanto no subsolo.
Com informações de revistaoeste.com