O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado, 23 de agosto de 2025, que a pressão dos Estados Unidos sobre o Brasil em questões tarifárias está ligada ao desejo norte-americano de garantir acesso às reservas brasileiras de terras raras e minerais críticos.
Durante entrevista ao canal TV GGN, Haddad classificou esses insumos como “essenciais para a economia do futuro” e disse que a disputa internacional por esses recursos também respinga em outros países da América Latina. “Eles precisam de um governo entreguista, porque é estratégico para eles”, declarou o ministro.
Mais cedo, no mesmo dia, Haddad já havia criticado Washington por uma “atitude hostil” em relação ao Brasil, alegando influência de grupos da direita brasileira que, segundo ele, estariam defendendo “supostos golpistas”.
Debate regulatório
O ministro relatou não saber o estágio atual do projeto que cria um marco regulatório para o setor de terras raras, mas defendeu que o texto seja finalizado. “É pouca quantidade, mas muito valiosa. O que está em jogo é muito grande”, comentou.
Comparação de reservas
Haddad ressaltou que poucos países detêm grandes volumes de terras raras. De acordo com ele, a China é a principal produtora e processadora mundial e tende a reservar seus estoques para consumo interno. “Existem também Vietnã e Brasil com muito minério”, afirmou.

Imagem: Valter Campanato
Segundo o ministro, os EUA possuem menos de 10% dos minerais críticos disponíveis no Brasil e menos de 5% quando comparados à China. “A China tem 20 vezes mais e o Brasil tem mais de 10 vezes mais do que os Estados Unidos”, destacou.
Ele acrescentou que gigantes da tecnologia norte-americanas, como Nvidia e Microsoft, dependem desses materiais para fabricar chips avançados e GPUs. “Precisamos pensar em ter também as nossas empresas de tecnologia”, concluiu.
Com informações de Gazeta do Povo