Home / Pelo Mundo / Haddad aposta em indiciamento de Eduardo Bolsonaro para aliviar disputa tarifária com os EUA

Haddad aposta em indiciamento de Eduardo Bolsonaro para aliviar disputa tarifária com os EUA

Spread the love

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou esperar que o recente indiciamento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do ex-presidente Jair Bolsonaro contribua para reduzir o clima de confronto comercial entre Brasil e Estados Unidos.

Em entrevista à BandNews, transmitida no último domingo (31), Haddad afirmou que as trocas de mensagens apreendidas pela Polícia Federal deverão chegar ao conhecimento da Casa Branca, o que, na avaliação dele, pode levar Washington a rever o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros imposto pelo governo Donald Trump.

Contexto do indiciamento

Eduardo e o pai foram indiciados há duas semanas por tentativa de obstrução de Justiça no inquérito que apura suposta tentativa de golpe de Estado. O processo levará Jair Bolsonaro ao banco dos réus no Supremo Tribunal Federal (STF) a partir desta terça-feira (2).

De acordo com relatório da Polícia Federal, o deputado articulou junto a autoridades norte-americanas não apenas a sobretaxa de 50%, mas também a suspensão de vistos a brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. O documento menciona ainda mensagens em que Eduardo demonstraria preocupação de que a “inteligência americana” informasse o então presidente Trump sobre o teor das conversas.

Crítica a decisões unilaterais

Haddad classificou as medidas adotadas por Washington como “erráticas” e concentradas na figura de Donald Trump, sem participação relevante do Congresso norte-americano. Para o ministro, a tarifa “não tem lógica econômica” e é “injusta”.

“Creio que se abrirá espaço para negociação, a menos que alguém convença o presidente americano de que escalar as sanções trará vantagem”, comentou.

Canal diplomático cortado

A tensão aumentou nas últimas semanas após o cancelamento de uma reunião entre Haddad e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alegadamente por conflito de agenda. Dias depois, Bessent apareceu em foto ao lado de Eduardo Bolsonaro e do jornalista Paulo Figueiredo.

O vice-presidente Geraldo Alckmin também relatou, posteriormente, não conversar com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, “há algumas semanas”, restando apenas contatos técnicos entre os dois governos.

Haddad acredita que, à medida que detalhes das mensagens se tornarem públicos, o governo dos Estados Unidos “não poderá ignorar” o conteúdo e, consequentemente, haverá maior disposição para diálogo.

Com informações de Gazeta do Povo

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *