O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino interrompeu, na tarde desta quinta-feira (11), o voto da colega Cármen Lúcia para comentar o assassinato do ativista norte-americano Charlie Kirk, ocorrido na véspera nos Estados Unidos. Segundo Dino, o episódio demonstra que “a paz social nem sempre é fruto do perdão, mas do funcionamento adequado das instâncias repressivas do Estado”.
Ao pedir a palavra durante a sessão da Primeira Turma, o ministro classificou o crime como “grave” e frisou que a vítima possuía “posição política aparentemente alinhada ao atual presidente dos EUA”, ressalvando que a filiação ideológica seria irrelevante diante da violência sofrida. Dino também citou o escritor francês Victor Hugo para sustentar seu argumento sobre a necessidade de ação estatal para garantir a ordem.
Além de Dino, o ministro Alexandre de Moraes também fez apartes enquanto Cármen Lúcia apresentava seu voto. A sessão integra o julgamento da ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde terça-feira (9), os ministros analisam as acusações de tentativa de golpe, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado por violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado. Nesta quinta, a maioria da Primeira Turma formou voto pela condenação de Bolsonaro pelos cinco crimes.

Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom
Com informações de Gazeta do Povo