Um novo artigo publicado na revista Science Advances aponta a atividade solar intensificada e o enfraquecimento temporário do campo magnético da Terra como fatores prováveis para o desaparecimento dos neandertais há cerca de 40 mil anos.
Evento Laschamps sob investigação
Os autores concentraram a análise no chamado evento Laschamps, período em que o magnetismo terrestre enfraqueceu significativamente. Esse fenômeno expôs grandes áreas do planeta – especialmente regiões situadas até 40 graus de latitude norte e sul – a níveis elevados de radiação ultravioleta.
Modelos tridimensionais desenvolvidos pelos pesquisadores sugerem que, além do aumento da radiação, o enfraquecimento magnético alterou cobertura de nuvens, padrões de vento e regime de chuvas. Essas mudanças teriam afetado diversos ecossistemas, contribuindo para a extinção de várias espécies, entre elas os neandertais.
Diferenças de vestimenta e proteção solar
Embora tanto neandertais quanto Homo sapiens utilizassem peles de animais, evidências arqueológicas indicam que os neandertais preferiam roupas mais folgadas. De acordo com o estudo, essa escolha pode ter aumentado a exposição da pele à radiação ultravioleta.
Já os humanos modernos teriam recorrido a vestimentas mais ajustadas e ao uso de ocre – pigmento à base de óxido de ferro empregado na arte rupestre – como forma rudimentar de protetor solar. A combinação dessas práticas teria atenuado os efeitos da radiação, favorecendo a sobrevivência de nossa espécie.

Imagem: titoOnz via olhardigital.com.br
Os pesquisadores ressaltam que os neandertais viveram na Europa e em partes da Ásia durante o Pleistoceno Médio e Superior, entre 400 mil e 40 mil anos atrás, e chegaram a coexistir com os Homo sapiens antes de desaparecerem.
Com informações de Olhar Digital