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Ex-juiz afirma que condenação de Bolsonaro “não encerra capítulo” e alerta para crise

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A participação de especialistas no programa Última Análise, transmitido nesta quinta-feira (11), repercutiu a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus a 27 anos e três meses de prisão.

Os votos das ministras Cármen Lúcia e Cristiano Zanin acompanharam o relator, ministro Alexandre de Moraes, consolidando o resultado divulgado na quarta-feira (11). Durante a sessão final, Moraes interrompeu diversas vezes as manifestações de Lúcia e Zanin para exibir vídeos e imagens dos atos de 8 de janeiro.

Para o escritor Francisco Escorsim, o ambiente “pareceu um circo”. Ele ironizou que Cármen Lúcia “serviu de escada para comediantes”. No voto, a ministra declarou ver “produção cabal de provas” apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que indicariam Bolsonaro como líder de uma suposta organização criminosa. O discurso incluiu referências literárias e a declamação de versos.

O professor da FGV Daniel Vargas classificou a postura da ministra como “sentimentalismo jurídico”, alegando ausência de análise técnica aprofundada. Já o ex-juiz de Direito Adriano Soares da Costa criticou o voto de Zanin por, segundo ele, ignorar pontos levantados anteriormente pelo ministro Luiz Fux. “O que está sendo punida ali é a liberdade de expressão de um presidente da República”, afirmou.

Pena e próximos passos

A pena proposta por Moraes e confirmada pelo colegiado estabelece início em regime fechado, com possibilidade de progressão ao semiaberto após quatro anos. A execução, contudo, dependerá do esgotamento dos recursos da defesa.

Vargas considerou a decisão carente de critérios claros. Para ele, “foi apenas uma declamação retórica”. Escorsim destacou que a disputa agora se transfere para o campo político, com a anistia em pauta. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (AL), declarou que tanto a anistia quanto eventual obstrução de votações não estão descartadas.

Ao comentar os impactos, Soares da Costa avaliou que o julgamento “talvez abra as portas para uma crise econômica, política e social” e pode afastar fluxos de capital do país.

Sobre o programa

O Última Análise é transmitido ao vivo no YouTube da Gazeta do Povo, de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h30, com a proposta de discutir temas nacionais de forma racional e aprofundada.

Com informações de Gazeta do Povo

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