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Vice-secretário dos EUA acusa Alexandre de Moraes de concentrar poder e abalar relação bilateral

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O vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau, afirmou neste sábado (9) que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estaria centralizando competências de maneira indevida e comprimindo a autonomia dos demais Poderes da República. A declaração foi publicada na rede social “X” e classificada pelo diplomata como um risco às liberdades fundamentais e ao vínculo histórico entre Brasília e Washington.

“A separação de poderes é a maior salvaguarda de liberdade já concebida. Ela deixa de existir quando um dos ramos consegue intimidar os outros”, escreveu Landau. Segundo ele, o episódio brasileiro é “inédito” e “anômalo” por envolver, nas suas palavras, um magistrado que ameaça autoridades e parentes com “prisão ou outras penalidades”.

Na mesma postagem, o norte-americano acusou Moraes de tentar aplicar a legislação brasileira fora do território nacional para “silenciar indivíduos e empresas em solo americano”. Para Landau, essa iniciativa teria “destruído” parte do relacionamento tradicionalmente próximo entre os dois países.

Movimentação da embaixada

As críticas ocorrem em meio a um quadro de tensão diplomática. Na quinta-feira (7), enquanto o vice-presidente Geraldo Alckmin recebia o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, a representação norte-americana divulgou mensagem do subsecretário Darren Beattie. O texto chamava Moraes de “principal arquiteto da censura e perseguição” e avisava que os aliados do ministro estavam sendo monitorados.

A publicação coincidiu com a decisão de Washington de aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada como reação ao processo que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado.

Vice-secretário dos EUA acusa Alexandre de Moraes de concentrar poder e abalar relação bilateral - Imagem do artigo original

Imagem: Vinícius Sales via gazetadopovo.com.br

Itamaraty reage

Diante do episódio, o Ministério das Relações Exteriores convocou Escobar pela terceira vez em 2025. Na sexta-feira (8), o diplomata foi instado a explicar as manifestações de autoridades norte-americanas sobre assuntos internos do Brasil. O Itamaraty classificou as mensagens como “ingerência indevida” e reforçou que decisões judiciais no país são tema de soberania nacional.

A escalada de declarações públicas adiciona novo capítulo às relações entre os dois governos, que vinham sofrendo abalos desde o início do ano. Até o momento, não houve pronunciamento oficial do STF nem do ministro Alexandre de Moraes sobre as acusações feitas por Landau.

Com informações de Gazeta do Povo

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