Pesquisadores da Universidade da Califórnia e da Universidade Hebraica de Jerusalém descreveram, em novo estudo, como enormes depósitos de halita estão se formando de maneira constante no Mar Morto, possibilitando a observação direta de um processo geológico normalmente preservado apenas em registros antigos.
O trabalho, publicado na revista Annual Review of Fluid Mechanics, combinou medições em campo, experimentos laboratoriais e simulações em computador para explicar a origem desses “gigantes de sal”. A investigação contraria a ideia de que a cristalização ocorreria principalmente no inverno: segundo os autores, cristais se formam durante todo o ano.
Neve de halita o ano todo
No verão, a intensa evaporação e o resfriamento da camada superficial da água provocam a precipitação de cristais de sal, que descem lentamente até o fundo do lago como uma “neve” de halita. A velocidade e o padrão de queda variam conforme a temperatura da água, detalha o estudo.
Relevância global
Situado no ponto mais baixo da superfície terrestre e com salinidade extrema, o Mar Morto oferece pistas sobre eventos que moldaram outros corpos d’água, como o Mar Mediterrâneo, que quase secou há milhões de anos por alterações no fluxo de água e nos níveis de sal.
Atualmente, o Mar Morto perde cerca de 1 metro de profundidade a cada ano, fenômeno atribuído às mudanças climáticas. Os autores afirmam que entender a dinâmica desses depósitos de sal contribui para avaliar a estabilidade de costas e a erosão diante da variação do nível do mar.

Imagem: A.Pushkin via olhardigital.com.br
O estudo reforça a importância do Mar Morto como laboratório natural para processos que influenciam mares e lagos em escala global.
Com informações de Olhar Digital