Brasília — 14 de agosto de 2025. Cresce na capital federal o rumor de que o ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), avalia deixar o cargo antes da aposentadoria compulsória, prevista apenas para março de 2033, quando completará 75 anos.
Pressões externas e desgaste interno
Fontes que circulam nos bastidores do Judiciário afirmam que a possibilidade de novas sanções dos Estados Unidos, semelhantes às impostas ao ministro Alexandre de Moraes sob a Lei Magnitsky Global, alimenta a hipótese de renúncia. Sem o posto no Supremo, Barroso perderia parte da proteção institucional diante de ofensivas políticas internacionais e domésticas.
Interlocutores relatam que o magistrado, há 12 anos na Corte, demonstra desânimo após episódios de hostilidade pública intensificados desde sua passagem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2022, o ministro respondeu a um manifestante em Nova York com o comentário “perdeu, mané!”. No ano seguinte, declarou em evento estudantil que “nós derrotamos o bolsonarismo”, afirmações que ampliaram o atrito com grupos contrários ao STF.
Ligação antiga com os Estados Unidos
Barroso mantém relação próxima com os EUA desde a adolescência, quando fez intercâmbio no país. Em 1989 concluiu mestrado em Yale e, desde 2011, é professor visitante em Harvard. Familiares também vivem ou estudaram em solo americano — o filho trabalha em Miami e a filha concluiu mestrado em Yale —, situação que ele vê ameaçada pela possível suspensão de vistos. O ministro possui ainda imóvel declarado na Flórida.
Alternativas políticas
Entre as soluções ventiladas no governo para blindá-lo estaria a nomeação para uma embaixada na Europa, garantindo foro privilegiado e afastamento das tensões domésticas. Outra possibilidade seria permanecer no Supremo por mais alguns meses, aguardando, por exemplo, a análise das contas de sua gestão pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2026.
Destino na Segunda Turma
Ao encerrar o mandato na presidência, em setembro, Barroso passará a integrar a Segunda Turma do STF, hoje composta por Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Edson Fachin. Ele herdará os processos remanescentes da Lava Jato, que enfrentam resistência no colegiado. Aliados avaliam que o ministro pode sofrer sucessivas derrotas, o que reforçaria a ideia de encerrar a carreira no ápice, assim como fez Rosa Weber.

Imagem: Rosinei Coutinho via gazetadopovo.com.br
A corrida pela possível vaga
A simples especulação de vacância já mobiliza pretendentes. Circulam como principais interessados o advogado-geral da União, Jorge Messias; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); o ministro do TCU, Bruno Dantas; e o titular da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho. Cada nome conta com diferentes apoios políticos, aumentando a disputa e, segundo aliados, contribuindo para que Barroso reflita mais antes de qualquer decisão.
Mesmo diante das pressões, pessoas próximas dizem que o ministro tem sinalizado, nas últimas semanas, disposição de permanecer. Até o momento, não há anúncio oficial sobre eventual renúncia.
Com informações de Gazeta do Povo