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Efeito Mandela: entenda o fenômeno que faz multidões lembrarem de fatos que nunca ocorreram

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Ter certeza de algo que, na prática, jamais aconteceu é mais comum do que se imagina. Esse descompasso entre lembrança e realidade recebe o nome de Efeito Mandela, conceito que ganhou força a partir de 2009, quando a pesquisadora Fiona Broome percebeu que muitos juravam que Nelson Mandela havia morrido na prisão nos anos 1980. Na verdade, o líder sul-africano foi libertado em 1990 e virou presidente da África do Sul em 1994.

O que é o Efeito Mandela

O termo descreve situações em que um grande grupo compartilha a mesma memória incorreta sobre eventos, personagens ou detalhes. Segundo especialistas, trata-se de uma falsa memória que, embora equivocada, parece totalmente real para quem a tem.

Raízes na psicologia

Estudos sobre lembranças distorcidas remontam a nomes como Pierre Janet, Sigmund Freud e Alfred Binet. Freud relacionava o fenômeno a mecanismos inconscientes de defesa, enquanto Binet demonstrou, em experimentos, como inputs externos podem alterar o modo como registramos fatos.

Por que o cérebro se engana

Psicólogos apontam fatores sociais e cognitivos para explicar o Efeito Mandela:

  • Informação imprecisa – notícias falsas, rumores e conversas ajudam a espalhar versões erradas de eventos;
  • Imagens manipuladas – fotos e vídeos editados reforçam lembranças que jamais existiram;
  • Preenchimento de lacunas – o cérebro completa partes faltantes com dados que se encaixam em experiências prévias;
  • Reforço social – quanto mais pessoas confirmam a lembrança, maior a convicção de que ela é verdadeira.

Para a professora Wilma Bainbridge, Ph.D. da Universidade de Chicago, o fenômeno evidencia quão falha pode ser a memória humana, por mais confiável que pareça.

Efeito Mandela: entenda o fenômeno que faz multidões lembrarem de fatos que nunca ocorreram - Imagem do artigo original

Imagem: Shutterstock via olhardigital.com.br

Casos famosos do Efeito Mandela

  • Mascote do Monopoly usando monóculo – ele nunca teve o acessório;
  • Mickey Mouse com suspensórios – a peça nunca fez parte do figurino oficial;
  • Nome do desenho The Flintstones escrito sem a letra “t” (Flinstones) – forma correta inclui o “t”;
  • Interrupção de Dragon Ball Z na Globo em 11/9/2001 – o programa suspenso foi Mickey & Donald;
  • Frase “Ordem e Progresso” em preto na bandeira do Brasil – a inscrição é verde;
  • Salsicha, de Scooby-Doo, com pomo de Adão pronunciado – o personagem nunca apresentou esse detalhe;
  • Episódio de Chaves mostrando o interior do barril – jamais produzido;
  • Desenho da Hanna-Barbera lembrado como “Bobi Pai e Bobi Filho” – o título correto é Bibo Pai e Bobi Filho;
  • Pikachu com ponta da cauda preta – a cauda sempre foi totalmente amarela.

Esses exemplos ilustram como memórias coletivas podem se afastar da realidade, reforçando a necessidade de verificar fontes e registros antes de confiar plenamente nas recordações.

Com informações de Olhar Digital

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