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Dnit retoma retirada de agrotóxicos do rio Tocantins oito meses após desabamento de ponte

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Brasília – O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) reiniciou, no início de julho, as operações para localizar e remover aproximadamente 1.300 galões de agrotóxicos que permanecem submersos no rio Tocantins desde dezembro de 2024. O material afundou após o colapso da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), há 219 dias.

Na ocasião, três caminhões carregados com defensivos agrícolas e ácido sulfúrico caíram no rio. Desde então, apenas 29 recipientes foram recuperados. As cargas continham substâncias perigosas, como 2,4-D, picloram e acetamiprido, classificadas como nocivas à saúde humana e ao meio ambiente.

Operação retomada

As primeiras tentativas de recolhimento começaram logo após o acidente, mas foram suspensas em janeiro devido à elevação do nível do rio, provocada por chuvas e pela abertura das comportas da Usina Hidrelétrica Estreito. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) interrompeu as atividades por considerar inseguros os mergulhos naquelas condições.

Segundo o Dnit, as inspeções foram retomadas em 1º de julho com o uso de sonares e equipamentos não tripulados para identificar a posição dos veículos e dos galões. A etapa seguinte prevê mergulhos técnicos, mapeamento detalhado da área e elaboração de um plano de retirada individualizado para cada carga, levando em conta profundidade, escombros e riscos associados.

Condições favoráveis

Boletins hidrometeorológicos indicam que o rio Tocantins apresenta, atualmente, baixa pluviosidade, correnteza reduzida e turbidez limitada — cenário oposto ao que paralisou a operação no início do ano. Dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) apontam estabilidade no regime hídrico, o que favorece os mergulhos.

A Usina Hidrelétrica Estreito informou operar no sistema a fio d’água, seguindo a Resolução ANA nº 070/2021, e que qualquer alteração na vazão depende de autorização dos órgãos reguladores.

Dnit retoma retirada de agrotóxicos do rio Tocantins oito meses após desabamento de ponte - Imagem do artigo original

Imagem: Divulgação via tocantins.jornalopcao.com.br

Risco ambiental persiste

Embora análises realizadas até 10 de abril não tenham detectado concentrações de agrotóxicos acima dos limites permitidos, especialistas alertam que a permanência dos galões submersos representa risco de vazamento e contaminação do ecossistema aquático. O rio Tocantins abastece comunidades nos estados de Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará, sendo utilizado para consumo, irrigação, pesca e lazer.

Moradores da região relatam falta de informações. “Não houve contato dos responsáveis conosco”, disse Ricardo Murakami, da associação da Terra Indígena Apinayé, em Tocantinópolis (TO).

Parte dos recipientes foi levada pela correnteza a municípios do Pará, a mais de 300 km de distância, onde alguns foram recolhidos por prefeituras e devolvidos à empresa proprietária da carga.

Com informações de Jornal Opção | Tocantins

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