O Ministério da Ciência e TIC (MSIT) da Coreia do Sul anunciou a formação de cinco consórcios responsáveis pela criação de um modelo nacional de inteligência artificial (IA). A iniciativa pretende utilizar exclusivamente tecnologia local, eliminando a dependência de plataformas estrangeiras em um momento de acirrada competição global entre China e Estados Unidos.
Quem participa
Um dos grupos escolhidos é liderado pela operadora SK Telecom e reúne empresas como a desenvolvedora de jogos Krafton e a startup de semicondutores Rebellions. O governo não divulgou detalhes completos dos demais consórcios, mas ressaltou que todos contam com companhias sul-coreanas de destaque no setor de alta tecnologia.
Infraestrutura doméstica
A Coreia do Sul aposta na infraestrutura já existente no país para viabilizar o projeto. A SK Hynix fabrica memória de alta largura de banda (HBM), componente essencial para aceleradores de IA da Nvidia. A Samsung, por sua vez, também produz chips voltados a aplicações de inteligência artificial. Além disso, a SK Telecom tem ampliado investimentos em data centers, oferecendo a base computacional necessária para treinar modelos de grande porte.
Acesso aberto e foco inicial no mercado interno
Segundo o MSIT, o modelo será disponibilizado como software de código aberto, permitindo que desenvolvedores utilizem e aprimorem a tecnologia sem custos. Embora o foco inicial seja atender ao mercado interno, as autoridades não descartam disponibilizar a solução globalmente no futuro.
Concorrência internacional
Os futuros sistemas sul-coreanos terão de disputar espaço com plataformas consagradas de empresas como OpenAI e Anthropic, além de rivais chinesas, em especial a DeepSeek. Mesmo assim, o governo vê o projeto como passo fundamental para reduzir a dependência tecnológica de China e Estados Unidos.
Imagem: Anggalih Prasetya via olhardigital.com.br
Observadores apontam a Coreia do Sul como um dos primeiros países a investir em uma “IA soberana”. A tendência, segundo analistas citados pelo MSIT, pode ganhar força diante do aumento das tensões geopolíticas e da postura isolacionista do presidente norte-americano Donald Trump.
Com informações de Olhar Digital
