Um jovem nascido no início dos anos 1990 em São José dos Campos (SP) descobriu o prazer da leitura após uma conversa casual sobre “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski. O episódio, narrado em primeira pessoa em artigo publicado na Revista Oeste, mostra como o contato com leitores experientes pode estimular o interesse por livros, mesmo em ambientes onde a literatura não faz parte da rotina familiar.
Primeiro contato com a alta literatura
Até então, o jovem — criado sem forte influência de livros, exceto por uma tia advogada — só lia por obrigação escolar. Aos 19 anos, ouviu o amigo Raul detalhar os conflitos morais do protagonista Raskólnikov, o que despertou curiosidade sobre a obra do escritor russo.
No dia seguinte, antes de ir ao cinema com a namorada, ele comprou “Crime e Castigo” em uma banca situada dentro do Shopping Vale Sul. A edição da L&PM Pocket, traduzida por Natália Nunes e Oscar Mendes, custou R$ 25,99. A leitura foi concluída em seis dias, período em que videogame, séries e outras distrações foram deixados de lado.
Influência do ambiente
O relato destaca que a prática constante é essencial para formar leitores, mas um ambiente propício — com amigos dispostos a debater grandes ideias — torna o processo mais simples. Segundo o autor, o incentivo de Raul foi decisivo para que ele se tornasse não apenas leitor, mas também editor e colecionador de livros.
Repercussão entre novos leitores
Anos depois, o escritor foi procurado via Instagram por uma ex-aluna interessada em desenvolver o hábito de ler. Ele sugeriu que ela escolhesse obras de seu interesse e participasse de grupos de discussão. A jovem seguiu o conselho, leu “O Ceifador”, de Neal Shusterman, e já adquiriu a sequência da trilogia, além de “Heidi”, de Johanna Spyri.
O autor conclui que a leitura exige esforço e continuidade, mas, uma vez incorporada à rotina, transforma a percepção da realidade e amplia a capacidade de reflexão.
Com informações de Revista Oeste
