Amazon, Google, Microsoft e Meta lideram uma nova fase do setor de tecnologia, na qual o desempenho das empresas depende cada vez mais do controle de ativos físicos de grande porte — como data centers, chips, redes elétricas e fábricas. Nos últimos trimestres, as quatro companhias desembolsaram mais de US$ 100 bilhões em gastos de capital voltados a infraestrutura de inteligência artificial.
Escala industrial
A estratégia marca a transição de um modelo centrado em software para um ambiente que exige obras de concreto, linhas de produção e cadeia de suprimentos própria. Analistas comparam o movimento ao surgimento dos “barões ladrões” do fim do século XIX, quando industriais como Rockefeller e Carnegie consolidaram impérios em ferrovias e siderurgia. Hoje, os “trilhos” são data centers e servidores.
Vantagem estrutural
O poder das gigantes não se resume à tecnologia desenvolvida, mas à capacidade de erguer e administrar instalações de alta complexidade. A OpenAI, mesmo sendo a startup mais capitalizada do segmento, enfrenta dificuldades para acompanhar o ritmo: o projeto do data center Stargate avança lentamente, enquanto engenheiros são atraídos por salários elevados oferecidos pela Meta.
Modelos de investimento
Apple, Nvidia e Tesla seguem caminhos distintos. Embora invistam menos diretamente em construções próprias, as três garantem o fornecimento de componentes críticos por meio de contratos bilionários que reservam a produção dos principais fabricantes de chips.
Impacto econômico
Especialistas apontam que o ciclo atual de gastos em infraestrutura tem sustentado o crescimento da economia norte-americana mais do que o consumo das famílias, funcionando, na prática, como um estímulo oriundo do setor privado. Apesar do volume aplicado, o número de vagas criadas é modesto: são conglomerados com poucos funcionários e alto capital empregado.

Imagem: Mauvries via olhardigital.com.br
Competição global
Com pouca regulação e uma disputa restrita a um grupo reduzido de empresas, a principal ameaça ao domínio tecnológico dos Estados Unidos é vista fora das fronteiras, especialmente na China, que busca ampliar sua própria capacidade de processamento e produção de semicondutores.
Com informações de Olhar Digital