Explosões estelares de grande porte, conhecidas como supernovas, liberam energia comparável à produção total do Sol ao longo de toda a sua vida. A comunidade científica afirma que há meios de perceber a aproximação desse tipo de evento antes que ele afete o planeta, graças à detecção de partículas subatômicas chamadas neutrinos.
Neutrinos: primeiro sinal de alerta
Essas partículas quase sem massa viajam a velocidades altíssimas e atravessam a matéria com facilidade. Quando o núcleo de uma estrela massiva colapsa, vastas quantidades de neutrinos são emitidas minutos ou horas antes da luz visível. Detectores subterrâneos, como o Super-Kamiokande, no Japão, foram projetados para captar esse fluxo inicial e soarem o alarme.
Rede internacional de monitoramento
Para ampliar a cobertura, laboratórios de vários países participam do Supernova Early Warning System (SNEWS), iniciativa que conecta diferentes detectores de neutrinos. Assim que um sinal consistente é registrado, o sistema distribui alertas coordenados para que telescópios do mundo inteiro se voltem imediatamente ao ponto do céu onde a explosão deve ocorrer.
Betelgeuse sob vigilância
Entre os alvos mais acompanhados está Betelgeuse, supergigante vermelha situada a aproximadamente 650 anos-luz. Apesar de apresentar instabilidades que sugerem estar na fase final de vida, especialistas explicam que uma eventual explosão não representaria ameaça direta à vida na Terra; possíveis efeitos se restringiriam a interferências em satélites e à redução temporária da camada de ozônio.
Limites e riscos reais
Estimativas indicam a ocorrência de uma supernova na Via Láctea a cada 50 a 100 anos, muitas vezes em regiões obscurecidas por poeira interestelar. Mesmo com avanços na tecnologia de detecção, ainda não é possível prever exatamente quando uma estrela irá explodir. O cenário mais preocupante envolveria uma supernova a menos de 30 anos-luz, capaz de danificar seriamente a camada de ozônio e elevar a radiação ultravioleta na superfície. No momento, não há estrelas tão próximas com potencial de explosão iminente.

Imagem: Observatório Europeu do Sul ESO. via olhardigital.com.br
Em resumo, caso uma supernova significativa se formasse nas vizinhanças cósmicas, os observatórios de neutrinos teriam alta chance de avisar a humanidade algumas horas antes da luz da explosão chegar, permitindo o registro científico detalhado do fenômeno.
Com informações de Olhar Digital