O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo brasileiro seguirá negociando com os Estados Unidos para derrubar as sobretaxas de 50% aplicadas a mais de 400 produtos de aço e alumínio. “Se depender de nós, o tarifaço acaba amanhã”, declarou no sábado (23), durante visita a uma concessionária em São Paulo.
Alckmin disse ver margem para avançar nas conversas: “Há espaço para ampliar a lista de itens excluídos e reduzir a alíquota”, explicou. Segundo ele, a medida norte-americana, estendida a outros países, cria um cenário de concorrência mais equilibrado e afeta diversos setores que utilizam aço e alumínio, como máquinas, retroescavadeiras, motocicletas e produtos industriais.
Possíveis contrapartidas
Questionado sobre o que o Brasil pode oferecer em troca, o vice-presidente não descartou reduzir a tarifa de importação do etanol. Ele também citou potenciais acordos envolvendo biocombustíveis, minerais estratégicos e o mercado de créditos de descarbonização (Cbios), que inclui empresas dos EUA.
Mais recursos para o plano de contingência
Alckmin confirmou o aumento do montante destinado pelo BNDES ao plano de contingência que apoia companhias impactadas pelas tarifas norte-americanas. O valor passou de R$ 30 bilhões para R$ 40 bilhões, permitindo atender um número maior de empresas, inclusive aquelas com menor volume de exportação.
Missão comercial ao México
Na próxima terça-feira (26), o vice-presidente embarca para o México com o objetivo de ampliar a parceria bilateral. Apesar de a balança comercial já ser superavitária para o Brasil, Alckmin acredita que há potencial de crescimento em segmentos como energia, biocombustíveis, equipamentos médicos e agroindústria.

Imagem: Lula Marques
As declarações ocorreram em um momento em que o governo busca alternativas para mitigar os impactos das tarifas e expandir mercados para produtos brasileiros.
Com informações de Gazeta do Povo