A presença de açúcar na alimentação é um dos elementos que contribuem para o aparecimento da cárie dentária, mas não atua sozinho no processo. Segundo o cirurgião-dentista Bruno Matias, especialista em implantodontia e mestre em odontologia digital, a formação da cárie resulta da combinação entre tempo de exposição ao açúcar, desequilíbrio do pH da saliva, quantidade de bactérias na boca e hábitos de higiene inadequados.
A doença surge quando micro-organismos, especialmente a bactéria Streptococcus mutans, metabolizam o açúcar ingerido e liberam ácidos capazes de desmineralizar o esmalte do dente. Esses microrganismos já habitam naturalmente a cavidade oral, mas se multiplicam com maior facilidade em ambientes ácidos e em superfícies não higienizadas.
O especialista explica que o problema não está apenas na quantidade de açúcar consumida, mas no período em que ele permanece aderido aos dentes sem limpeza adequada. Quanto maior o tempo de permanência, maior a produção de ácidos e, consequentemente, o risco de cárie.
A saliva atua como mecanismo de defesa ao neutralizar a acidez após a ingestão de alimentos açucarados ou ácidos. Entretanto, quando o pH permanece baixo por longos períodos, o ambiente favorece o avanço das bactérias cariogênicas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cárie é a segunda doença mais prevalente no planeta, reforçando a necessidade de bons hábitos de higiene bucal, controle na ingestão de açúcar e consultas regulares ao dentista.